25 abril 2010

William, te explico:

pra amar alguém
eu tenho que ultrapassar todos os meus limites
colocar mais de um lado e tirar do outro
ou somente colocar mais de um lado,
desproporcionalmente
minha racionalidade não aceita e eu fico extremamente vulnerável, inconstante, desequilibrado e inspirado

18 abril 2010

Não posso ser um, preciso ser dois.

As minhas pernas ficam tremendo como se eu fosse sair correndo sem olhar pra trás, disparado, ao mesmo tempo lento, pesado e leve.
As mãos não respondem sempre aos comando desejados e, por mais que eu queira, as extremidades dos dedos insistentemente apertam todas as teclas necessárias para ouvir você do outro lado. Eu posso sentir o que você sente, eu posso saber exatamente o que você sentiria se eu falasse, depois de tanto tempo: "eu te amo"... Eu posso ir aonde você esta, posso ouvir o que você ouve...
Eu posso fazer você e eu nos tornarmos um só, todos os sentimentos convergindo e sincronizados. Nossa raiva um do outro seria intensamente uma só, nosso amor intensamente um só.
Acho que foi por isso que nunca ficamos e talvez não vamos ficar juntos. Eu preciso ter os meus sentimentos, todos eles incompletos, controversos e intensos somente no meu corpo. Você precisa dos seus desequilíbrios e inseguranças somente pra você. Eu preciso do meu ódio e da minha misantropia somente pra mim.
Espero que hoje você saiba como ser dois. Eu aprendi na escuridão como ser um na solidão e dois no amor.
Acontece que eu e você vamos contra natureza, contra a física: tentamos ser um só, quando os dois queriam ser dois, mas juntos. Dois imãs que se atraem e que se retraem, uma correnteza que sobe. Tudo fica errado na ordem natural das coisas.