27 janeiro 2010

A droga mais forte

Há alguns em que eu choro se me dão as costas, em que eu amo as risadas gostosas e aconchegantes dos meus amigos.
Eu sou viciado neles. São a morfina mais forte que eu poderia querer. São o ópio que eu uso pra fugir da realidade que me deixa desconfortável.
E são por esses que eu tento viver sem querer parar. Quero ouvir a voz deles até o último bater do meu coração. Quero sentir o efeito dessas drogas pra eu pensar em outras coisas, pensar que pode melhorar e que eles são o reflexo da minha existência.
E quando eu não aguentar mais, quando for um viciado em decadência, quero olhar pra eles e fazê-los dar o último sorriso que eu poderia ver. Seria minha overdose.

Obrigado Zaíra, Ana, Ana Cláudia, Cristiane, Bruna, Ana Paula, Janaina, Carol e Daiane, por terem tanta paciência comigo, esse meu jeito um tanto quanto cabeça-dura.

26 janeiro 2010

Um pedaço

Nessa manhã eu acordei achando que era um dia qualquer.
Me espreguicei lenta e preguiçosamente como sempre e joguei meus pés no chinelo já gasto.
Senti suas alças passarem por entre meus dedos, tão leve que achei não ter conseguido colocá-los corretamente.
Olhei para eles, pela primeira vez hoje, e percebi que havia acertado o alvo.
Mas algo estava estranho.
Quando dei o impulso necessário para me levantar, achei que ainda estava deitado com o peso distribuído uniformemente em meu corpo.
Demorei pra entender o que se passava.
Olhei novamente para meus pés e depois olhei pela primeira vez no meu travesseiro. Só aí me lembrei da noite passada.
Me lembrei que aquela água salgada no travesseiro eram lágrimas. Mas lágrimas de felicidade que com elas, você saiu e agora, nunca mais vai voltar.
Então dei apenas alguns passos à frente, abri a a janela do quarto e respirei, depois de anos, profunda e calorosamente.
Achei que meus pulmões não iriam suportar. Mas meu cérebro mandou uma mensagem que passou diante dos meus olhos e foi direto para o coração, que bateu regularmente.

A mensagem dizia:
"Pronto, agora você pode amar"

19 janeiro 2010

Meus erros

Preciso deixar você escondido no mais profundo de mim.
No baú mais escuro, com todas as milhares de chaves perdidas, sem nenhum chaveiro por perto. Todas os cadeados que eu coloquei durante esses 5 anos não foram o suficientes para me deixar protegido.
Mas já tem um bom tempo eu venho querendo mais. AGORA, EU quero mais.
Não quero me fechar e ficar seco, não quero me fechar e viver em uma bolha só você e eu. Cansei desse conto de fadas que nunca acontece e que o final feliz demora mais de 47 páginas pra acontecer. Cansa minha vista ler, cansa meus ouvidos te ouvir, cansa meu coração bater, cansa minhas mãos darem murros em ponta de faca.
Grande parte disso tudo é culpa minha, confesso. Mas eu sei como me castigar, como fazer para não fazer tudo de novo e deixar você chegar todas as vezes que quis perto do meu coração durante esses 5 anos.
Sei que já me perdi nos braços de outras pessoas tentando achar você, e que me perdi em mim mesmo, sem, por um bom tempo, saber ao menos que eu era. Quem eu sou e quem eu gosto de ser.
Ficar parado não adianta nada. Andar pra trás, menos ainda. Sem retrocesso. Uma vez você me disse: "Quem vive de passado é museu".
E agora eu percebo e caio em contradição, que não é você quem me machucava, era eu que tentava todas as vezes ser feliz da forma errada, ou com a pessoa errada. Mas eu relevo meus erros, porque sei onde erro e onde eu preciso melhorar.
Hoje eu sei o que não quero, sei o que não quero ser. Mas me limito já a ter certezas de algumas coisas. Sim, eu sei algumas coisas que eu quero. Uma delas: não querer mais me aproximar de você.
Prometo não sustentar mais essa ilusão. Me desintoxicar será tarefa difícil.
Deixar você, escondido, guardado, trancafiado no fundo da MINHA caixa de brinquedos é o mínimo que você merece, embora nossa história mereça algo melhor, algo maior.
Mas o sentimento que eu sinto por você, eu sei que também vou sentir por outra pessoa. E aí, demore o tempo que for, terei certeza de que será a pessoa certa.
Algumas vezes cheguei perto desse mesmo sentimento. Parecia que alguém cavava cada vez mais fundo no meu peito, pra chegar bem perto. E chegaram, duas vezes. Foi o suficiente pra saber que agora, eu posso mostrar pra outra pessoa que as 47 páginas são pouco pra mim. Eu quero uma eternidade. Eu quero uma vida.

Se me dá licença, eu peguei a minha vida, meu coração e minha história, de volta.

A chance

Será que é tão difícil uma pessoa perceber que você quer dar uma chance para o amor?
Para a paixão?
Tesão?
Sei lá!

Uma chance.

Raios!

Perfilando

Realista demais para acreditar no amor. Me afogo nas paixões e automaticamente me faço superar a perda de uma com outra. Me afogo nos amores precoces.
Masoquista sentimental ao extremo. Sofro de dor antes da hora. Agonizo de dor. Mas em pouco tempo passa, porque quase ninguém consegue chegar onde o primeiro chegou. Sou mais profundo do que pareço ser e, nem sempre, as pessoas ao meu redor (ou voce) precisam dizer algo pra eu saber o que estão pensando.
Imprinting seria demais pra mim.
Não tento ser difícil pois sei que posso perder alguém interessante.
Quando sóbrio, não gosto de me atirar nas pessoas, a não ser que elas me dêem brechas.
Não nasci querendo ser jornalista, mas as coisas fluíram para que tudo saísse como está saindo.
Existe uma amiga minha que eu não sei se eu sou o reflexo dela na água ou no espelho. Ou será que ela que é meu reflexo na água (distorcido) ou no espelho? Não sei.

A gente vai vivendo um dia após o outro, porque é impossível acabar com a vida antes que seja hora. Tentativas a parte, me sinto bem como sou, me sinto bem como estou.

Até que a morte nos separe.

Céus, ficou lindo!

07 janeiro 2010

Ano novo, casa nova

Faltam dois dia pra eu me mudar de casa. Morar com outra pessoa não parece ser tão fácil como eu imaginava.
Dividir as contas, não poder ficar sem dar a grana aquele mês, ter medo de perder o emprego, chegar tarde e ainda ter que preparar a comida. Algumas coisas só de pensar já me dão frio na barriga.
Confesso que estou me sentindo um tanto quanto desconfortável. Parece que eu não sei exatamente o que fazer. Mas eu sei o que é e que também já passou da hora disso acontecer efetivamente!
Mesmo com pessoas me encorajando, sinto um certo vazio. Não acredito que eu esteja fazendo isso por impulsividade. Acho que é mais precaução. Há algumas coisas com que eu já não me adaptava. Agora, vou ter de me adaptar com novas coisas.
Nova, Novo. Acho que é essa palavra que ainda me sustenta.

06 janeiro 2010

Primeiro dia do ano

Para muitos, o ano começou no dia 1º de Janeiro. Para outros, o ano não chegou a começar.
Mas pra mim, o ano começou dia 4, pra tentar ser mais exato, lá pelas 20 e tantas da noite.
Dia útil ou não, foi o dia que eu percebi que todo mundo tem seu tempo, uns são mais rápidos e tem certeza ao menos do que não querem, como eu e a Zaíra. Outros são extremamente mais lentos, com menos velocidade, mais medo e tensão. Como ele mesmo disse: "medo de mim mesmo", ou seja, o principal problema deles são eles mesmos.
Mas pra gente saber qual é a velocidade de cada um é preciso pouco tempo (um mês no máximo). Acontece que você sabe qual a sua velocidade, só não sabe se você consegue reduzir tanto.
Talvez pra algumas pessoas valha a pena reduzir e esperar, se ao menos você perceber algum sinal de aumento constante de velocidade (ficou parecendo trecho de aula de física).
Só não vale ficar parado, como um poste ou uma estátua.
Seria frustrante e eu teria trocado um amor certo por outro incerto e enrustido.

Bom ano para todos!