11 novembro 2010

Saí e me perdi no caminho de volta

Tento entender como as pessoas normais pensam. Como elas estabelecem conexões com a realidade. Às vezes acho que sou eu quem está no mundo real e os outros, num paralelo. Não consigo aceitar as relações de amizades. Como misturar os círculos de amizade? Como misturar os distintos tipos de caráter?
Tento manter equilibrado meu pleno juízo, que mais parece um equilibrista na corda bamba, tropeçando e cambaleando para a direita e para a esquerda. Minha sanidade parece ter vida própria: ela brinca comigo, me ilude e faz tudo parecer tão normal quanto a própria normalidade.
Minha vertigem não é normal. Já não tenho o mesmo cérebro que tinha há cinco anos.
A degeneração constante parece que não pode ser impedida. Um trem do leste europeu vazio, numa velocidade absurda: nada pode pará-lo, mas não há nada a perder. Sinto aquela sensação de que o vento está tão forte no meu rosto que não consigo respirar... mas quando percebo, estou parado ou andando lentamente. Já não faz mais sentido meu tato e os sinais que meus nervos emitem... Parece um plano arquitetado pelo meu próprio cérebro, uma bomba relógio que irá explodir quando bem entender...
Sinto muito se decepcionei vocês, mas é assim que deve ser. Não corra riscos, não corra contra os instintos do seu corpo. É inevitável... é por tempo indeterminado.
Mas é só dessa maneira que me sinto vivo. Que saberei que um dia estive aqui.




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