11 novembro 2010
Saí e me perdi no caminho de volta
27 outubro 2010
Dolores
15 outubro 2010
Eu não faço poesia
Limito-me a descobrir o fim do infinito. Procuro a concordância do incoerente.
Encontro as mil paredes do universo e deságuo dois mil litros de sangue, água púrpura do agreste nordestino. Coloco nas costas a culpa que o mundo não se culpa, o tom mais pesado daqueles que não têm culpa.
Traço e rabisco a primeira estrofe do verso e do versus, do contra e do favor (por favor). Subo alto. Subo até dois pés acima do cume da montanha. Dois pés impossíveis, invisíveis. Bebo essa água púrpura pra sentir o drama. Para sentir. É assim que me sinto. Não faço poesia.
Sinto.
(pausa)
Impossível? – risos.
Eu amo desafios.
05 outubro 2010
Desabafo #1
12 setembro 2010
Veneno
Se tirar um pedaço de mim era o que você queria, você conseguiu.
Se roubar minha esperança em alguém era o que você mais sonhava, que queria fazer disso uma Odisséia: você é meu Ulisses.
E se quando você disse que me amava era pra poder me dar conforto e me afagar da forma mais sutil possível, agora estou deitado em uma cama de ouriços do mar, venenosos, letais, infernais.
Se me tornei cego por um momento, queria na verdade ver até onde ia você e sua paixão.
E se a forma covarde como você age é o máximo que eu consigo ter, eu espero ser o único a sentir o gosto amargo e quente da pólvora.
Espero ser o único a ver o próprio sangue derramado no piso do corredor de casa, vermelho-paixão e quente que cause combustão.
16 agosto 2010
A matéria bruta da alma
Sempre me confundo com a data em que nasci. Sou incapaz de me recordar exatamente a primeira vez que respirei. Talvez tenha ocorrido diversas vezes e eu parei de contar na terceira – ou nunca contara. Talvez a data de nascimento exata seja aquela que consta nos autos dos documentos de onde eu vivo. Mas eu mesmo poderia adulterar incoerentemente e ilegalmente de alguma forma.
Certo é que eu me sinto nascendo quando respiro de uma forma diferente. Um suspiro seguido de um arfar tão intenso que me lembra o primeiro suspiro de alguém nascido. Aqueles que não nasceram, mesmo agora vivos, não sabem do que estou falando e talvez nunca saibam. Mas não me importo tanto assim com eles.
O frenesi das primeiras respirações é intenso. Os brônquios pulmonares gritam e gritam desesperadamente. Também não me importo com eles. Uma hora ou outra, eu mesmo não vou saber o que é esse respirar. Não vou saber ‘como’ respirar. Também não me importo.
Estar vivo pela primeira vez não me satisfez.
Precisei morrer diversas vezes até saber como não viver mais. Até agora não aprendi como não sobreviver.
Há aqueles que sabem do que eu estou falando. Aqueles que não sabem, aconselho a parar de ler agora. Na leia as próximas linhas, frases, parágrafos. Não leia mais nada na sua vida. Tornar-se ignorante novamente, com apenas uma vida vivida, seria o Éden pra mim. Mas é tarde pra que eu consiga sair desse inferno que entrei. Fui jogado. Enterrado vivo. Jogaram cinzas do holocausto sob e sobre meu túmulo. Agora vivo de uma forma ofuscada, fedida e encantadoramente assustadora.
Também não me importo.
Continuo na inércia de quem só vê o mundo de maneira despreparada. Não sei quantas vezes mais vou precisar viver e morrer, morrer mais vezes. Morrer de formas humanamente impossíveis. Se você já morreu de formas inumanas, não me ensine. Quero aprender e apreender todas elas em uma só vida. Uma vida viva. O medo de me tornar humana me transforma
Dias se passam e a inércia e merda do mundo continua vivendo sua patética vida. Ninguém para. Quando para, é pra sempre. É preciso saber ressuscitar. Dar o primeiro suspiro novamente. Expirar cada vez mais forte. Assustar sua incerteza. Mas continuar incerto, até acertar. Não acerte. Torne incerto para que todos outros se percam e tentem se achar.
Achar-me consome mais tempo do que imaginei um dia. Há anos tento, procuro e cavo sempre pra cima. Mas faço o caminho inverso. Cavo mais fundo ainda meu túmulo, sonhando estar cavando na direção certa. Sou guiado pela fé de que um dia encontrarei o ápice da humanidade. O ponto ‘g’ decisivo, incisivo. Rogo pelos que rogam e faço uma prece que parem. Não é possível tornar-se humano. Mas desistir de tentar me consumiria algo mais valioso: minha morte.
Capitulo Final
Matar é algo saboroso. Aos olhos de quem vê, de quem mata e de quem morre. A mensagem rápida e segura da morte.
Quem vê o assassino não sabe o gosto que ele sente na boca. Não sabe o gosto que ele sente ao dar cabo à vida de outra pessoa. O sabor de tirar a humanidade de alguém.
O assassino tira alguém da humanidade. Controla e estipula a vida. Põe ela em forma do que quiser, tal como a massa de modelar. A matéria bruta da alma se torna tão maleável como o aço. Quebrar mesas de mármore se torna fácil depois que matamos alguém. Entrar na água, líquida e densa até certo ponto torna-se impossível. A água é impenetrável – para quem mata e para quem morre. Quem assiste, consegue penetrá-la de forma sutil
09 agosto 2010
Receita caseira
20 julho 2010
Liberdade é ter onde voar e onde cantar e onde pousar
10 julho 2010
Autor Desconhecido
27 junho 2010
Novo
23 maio 2010
Sou este
25 abril 2010
William, te explico:
18 abril 2010
Não posso ser um, preciso ser dois.
29 março 2010
Dia do amor
Acho que se alguém encostar em mim, eu vou surtar.
Queria que várias bombas explodissem no metrô, no centro das cidades, que muita gente sofresse.
Parece que o ser humano só acorda quando sofre. Então o mundo precisa sofrer, sentir o gosto amargo, frio e azedo que é a dor.
Queria explodir e atingir o maior número possível de pessoas com realidade e atitute.
12 março 2010
Reinvente seu AMOR
28 fevereiro 2010
Preferências
07 fevereiro 2010
(No) More cigarettes
Quando a fumaça do cigarro encontrou a superfície gelada da parede, ficou mais difícil de respirar.